segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Fraco e sado

Tem dias que o dia vem e te carrega e descarrega tudo. Te leva da sua mãe e de quem parecia te trazer toda segurança do mundo. Te leva pra outro lugar, e agora, já não está tão confortável como devia ser.
As vezes, a gente não gosta de estar onde se está.
A gente fica tentando justificar os atos das pessoas pra sentir menos dor. É um mecanismo instantâneo que sara, por poucos segundos, aquilo que impregna.
Mas existem pensamentos mais poderosos do que a razão pura e simples. O orgulho e a auto-estima feridos e misturados emergem toda a dor que antes estava sendo empurrada para dentro. E, automaticamente, você perde aquele pouco de razão e se torna apenas uma criança assustada.
Alguns foram condicionados a não suportar o espinho das flores.
Eu, alem disso, prefiro rasgar os dedos e as mãos com seus espinhos. Se você aperta, forte, pra doer, e solta depois, o alivio é delicioso.
É como cutucar a ferida e deixar seu corpo sentir a dor crua. Então, você pára de mexer e aquele incômodo vai embora por segundos.
Assistir, de peito aberto, sua auto-destruição é uma das coisas mais nobres e comoventes que o ser humano pode vivenciar.
O fato de se aceitar fraco já impregnou no fraco. E é lindo. E o faz bravo.
Tente outra vez se procurar de madrugada. Tente inventar que se está acordado. É válido quando se quer fazer o que se quer.
Já o que se espera são outros quinhentos. São quase outros mil.
É bobagem se imaginar diferente, menos afortunado de fé.
Esta última mata e vive a gente. E nos faz ficar.

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